O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), pode estar próximo de deixar o governo federal, em meio à crise gerada pelas investigações de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Aliados próximos do ministro já admitem, nos bastidores, que ele considera pedir exoneração do cargo. Uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está prevista para esta sexta-feira (2), embora ainda não conste oficialmente na agenda do Planalto.
A situação de Lupi se agravou após o Palácio do Planalto nomear, sem consultá-lo, o procurador federal Gilberto Waller Júnior como novo presidente do INSS. A decisão também não passou pelo crivo do PDT, partido do ministro, e foi interpretada como um sinal de enfraquecimento político de Lupi dentro do governo.
Na última terça-feira (29), durante audiência na Câmara dos Deputados, o ministro tentou se defender, destacando que mais de 260 investigações sobre fraudes no INSS foram iniciadas nos últimos dois anos. Ele afirmou ainda que, no ano passado, solicitou apuração interna sobre denúncias de corrupção, mas o responsável pela análise acabou exonerado em julho de 2024 por não apresentar avanços.
Dentro do PDT, a possível saída de Lupi levanta a hipótese de um rompimento com o governo. O líder da legenda na Câmara, deputado Mário Heringer (PDT-RS), já declarou que, caso o ministro seja retirado da Esplanada, o partido pode deixar a base de apoio ao presidente Lula.
A atual crise revive um momento delicado vivido por Lupi em 2011, quando também esteve envolvido em denúncias de irregularidades enquanto comandava o Ministério do Trabalho. Naquela ocasião, ele acabou deixando o cargo após pressão do governo Dilma Rousseff.
Agora, segundo interlocutores, Lupi está cansado e não pretende se manter no cargo a qualquer custo. Sua permanência tem sido usada como estratégia para defender sua versão enquanto ainda ocupa a chefia do ministério.
Fonte: CNN