Um grupo de pesquisadores da Dinamarca e dos Estados Unidos criou uma inteligência artificial (IA) capaz de prever, com 78% de precisão, a probabilidade de morte de uma pessoa com base em dados como saúde, renda, profissão, educação e local de residência. A tecnologia, batizada de Life2vec, foi apresentada na revista Nature Computational Science e se destaca por superar em 11% a eficácia de modelos anteriores.
O sistema analisa sequências da vida cotidiana para estimar a longevidade, considerando hábitos e condições que afetam a expectativa de vida — como prática de exercícios (que aumenta) ou tabagismo (que reduz). Para treinar o modelo, os cientistas utilizaram um banco de dados dinamarquês com informações de mais de seis milhões de indivíduos, com idades entre 35 e 65 anos, no período de 2008 a 2015.
Para avaliar a IA, os pesquisadores testaram o modelo com um grupo de 100 mil pessoas em 2021, metade das quais já havia falecido. O algoritmo conseguiu prever corretamente quem estaria vivo quatro anos depois em 78% dos casos.
Apesar do alto grau de acerto, os criadores ressaltam que o objetivo da Life2vec não é servir como uma “calculadora da morte” pessoal nem ser usada por empresas de seguros ou planos de saúde. A proposta é utilizar a tecnologia para apoiar políticas públicas, com foco em saúde preventiva, análise demográfica e identificação precoce de doenças.
O professor Sune Lehmann Jørgensen, líder do estudo, afirma que mais testes e pesquisas são necessários antes de o modelo poder ser disponibilizado ao público. Além disso, ele alerta que os dados dinamarqueses utilizados limitam a precisão da IA em populações de outros países.
Fonte: Metrópoles