Criança de 4 anos é jogada da janela pelo padrasto em Patos de Minas — o país precisa falar sobre irresponsabilidade parental

Mais do que um crime brutal, o que aconteceu na tarde de sábado (10), em Patos de Minas, é um alerta chocante sobre a irresponsabilidade de quem coloca os próprios filhos em risco por insistir em se relacionar com pessoas instáveis e violentas.

Uma criança de apenas 4 anos foi arremessada da janela do 5º andar por seu padrasto. Isso mesmo: jogada no vazio, como se sua vida valesse nada. O menino, por milagre, caiu sobre o gramado e sobreviveu com ferimentos leves. Mas o trauma – esse, ninguém pode medir.

A família havia se mudado para o apartamento naquele mesmo dia. A mãe relatou que deixou o filho com o companheiro enquanto tomava banho. Disse também que o homem havia consumido bebida alcoólica e fumado maconha ao longo do dia — e mesmo assim confiou que ele poderia cuidar da criança.

Não ouviu um grito qualquer. Ouviu o desespero do próprio filho: “Não, mano! Não, mano!” E depois, o silêncio. A brutalidade já havia acontecido.

Testemunhas confirmaram: viram o homem segurar a criança na janela e soltá-la. O menino, em estado de choque, repetia: “Ele me jogou.” Uma vizinha ouviu a mãe perguntar ao agressor: “Por que você fez isso com ele?” Uma pergunta que nunca deveria ter precisado ser feita.

O criminoso, que tentou fugir e foi contido por moradores, ainda teve a audácia de dizer que estava “brincando” e que não teve “maldade”. Ele foi preso em flagrante, mas a marca que deixou vai muito além do jurídico.

Essa tragédia expõe uma ferida profunda: quantas crianças mais vão sofrer porque seus responsáveis insistem em ignorar sinais de perigo em nome de uma relação? Quantas mães ou pais continuam colocando companheiros problemáticos acima da segurança dos próprios filhos?

Relacionar-se é um direito. Proteger uma criança é um dever. E quem falha nesse dever contribui — mesmo que indiretamente — para crimes como este. Não há neutralidade quando uma vida indefesa é colocada nas mãos erradas.

Por sorte, essa criança sobreviveu. Mas não podemos continuar contando com a sorte. A sociedade precisa ser mais dura, mais crítica, mais consciente. Quem cuida de uma criança precisa entender: amor não justifica cegueira. E filhos não são escudos para afetos mal escolhidos.

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