China e Estados Unidos firmam acordo de 90 dias para reduzir tensões comerciais e diplomáticas

Em um movimento diplomático significativo, China e Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (12) um acordo de 90 dias voltado à redução das tensões bilaterais e à retomada de diálogos estratégicos em áreas sensíveis como comércio, segurança cibernética, meio ambiente e tecnologia.

O entendimento foi selado após reuniões entre autoridades dos dois países, realizadas nos últimos dias em Pequim e Washington. O objetivo central do pacto é criar um “ambiente de estabilidade temporária” que permita negociações técnicas e políticas em clima de cooperação, após anos de crescente rivalidade e disputas econômicas.

Segundo nota conjunta divulgada pelas duas chancelarias, durante o período de 90 dias as partes se comprometem a não adotar novas sanções ou medidas unilaterais que possam agravar o cenário atual. Além disso, serão formados grupos de trabalho para tratar de temas específicos, como exportações de semicondutores, barreiras comerciais, segurança de dados e regras ambientais para cadeias produtivas globais.

Avanços e cautela

Fontes próximas às negociações afirmam que a trégua não significa um acordo definitivo, mas representa um “avanço técnico e político relevante” em um momento de tensões amplificadas pela disputa por liderança global.

“O acordo é uma tentativa de colocar limites nas ações unilaterais e restabelecer canais diplomáticos diretos, que estavam desgastados. É uma pausa estratégica, mas ainda não há garantias de soluções concretas”, afirmou um analista do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Pequim.

Autoridades norte-americanas, por sua vez, reforçaram que a Casa Branca seguirá atenta a questões como práticas comerciais desleais, segurança cibernética e a situação de Taiwan, considerada por Washington um ponto sensível nas relações bilaterais.

Repercussão internacional

O anúncio do acordo foi bem recebido por mercados financeiros globais, que reagiram com alta nas bolsas e valorização de moedas emergentes. Analistas interpretam a trégua como um sinal de possível estabilização na relação entre as duas maiores economias do mundo, o que pode impactar positivamente o comércio global e a confiança dos investidores.

A União Europeia e o Japão emitiram comunicados elogiando a iniciativa e pedindo que os diálogos levem a compromissos mais duradouros e transparentes.

Próximos passos

Durante os próximos três meses, diplomatas e técnicos dos dois países devem realizar uma série de encontros presenciais e virtuais. Um novo balanço do processo está previsto para o fim de julho, quando Washington e Pequim decidirão se prorrogam o período de negociações ou se retomam políticas mais duras.

Embora o clima seja de cautela, o gesto é considerado um passo importante rumo à distensão em um cenário internacional cada vez mais polarizado.

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