Apesar dos apelos de líderes internacionais por calma, o confronto entre Israel e Irã segue em clima de tensão máxima. Mas e se a situação fugir de vez do controle? Especialistas e analistas já apontam cenários assustadores caso o conflito se intensifique e ganhe novos protagonistas.
Mesmo negando envolvimento direto, os Estados Unidos são vistos pelo Irã como apoiadores de Israel. Isso poderia transformar bases militares americanas no Oriente Médio — como no Iraque, no Golfo e até em embaixadas — em alvos diretos de retaliação.
Milícias aliadas ao Irã, como grupos no Iraque, ainda estão armadas. E uma tragédia envolvendo civis ou soldados americanos, como a morte de um cidadão dos EUA em Tel Aviv, poderia forçar o país a entrar no conflito de forma direta.
Apesar da promessa de Donald Trump de evitar novas guerras no Oriente Médio, a pressão política pode empurrar os EUA para uma escalada, especialmente se a ideia for eliminar o programa nuclear iraniano — algo que só bombardeiros americanos seriam capazes de fazer com eficácia.
Se não conseguir atingir Israel com força, o Irã pode mirar alvos mais vulneráveis: infraestruturas e instalações de energia nos Emirados Árabes, na Arábia Saudita e outros países do Golfo.
Esses locais já foram atacados no passado por aliados do Irã, como os Houthis. E muitos deles abrigam bases americanas — o que pode atrair ainda mais os EUA para o conflito.
Existe um risco real de que as instalações nucleares do Irã estejam protegidas demais, espalhadas em minas secretas ou abrigadas em locais de difícil acesso.
Se o ataque israelense falhar, o Irã pode acelerar seu programa nuclear, chegando mais perto da bomba. A reação de Israel? Mais ataques. E com isso, o ciclo de “ataque e contra-ataque” pode continuar sem fim. Os israelenses até têm um nome para isso: “cortar a grama”.
O preço do petróleo já está subindo. Mas imagine se o Irã fechar o Estreito de Ormuz, por onde passa boa parte do petróleo mundial. Ou se os Houthis, no Iêmen, voltarem a atacar navios no Mar Vermelho.
Isso afetaria diretamente a economia global, elevando a inflação em diversos países. E o único grande vencedor seria Vladimir Putin, já que a Rússia lucraria bilhões com o barril mais caro, financiando ainda mais a guerra contra a Ucrânia.
Se Israel realmente conseguir derrubar o atual regime iraniano, o resultado pode não ser o que muitos esperam. Um vácuo de poder, como aconteceu no Iraque e na Líbia, pode levar o país ao caos interno, com disputas entre facções e aumento da violência.
Netanyahu já sinalizou esse objetivo, dizendo querer “abrir o caminho para a liberdade” do povo iraniano. Mas especialistas alertam: tirar um regime forte pode abrir espaço para algo ainda pior.