Uma simples foto postada nas redes sociais nesta terça-feira (17) chamou atenção nos bastidores da política potiguar. O ex-prefeito de Natal, Álvaro Dias, apareceu de mãos dadas com o prefeito de Mossoró, Alysson Bezerra, durante uma visita que foi chamada por ele de “cortesia”. Mas, nos bastidores, o encontro tem sido visto como muito mais do que isso.
Segundo a legenda publicada por Álvaro, os dois conversaram sobre obras, gestão municipal, política e até sobre o São João. Alysson respondeu agradecendo a visita e reforçando o convite para o Mossoró Cidade Junina.
A imagem e os comentários reforçam a aproximação entre os dois e acendem um sinal de alerta no grupo do senador Rogério Marinho, que já é pré-candidato ao governo do Rio Grande do Norte com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Com as movimentações mais recentes, a oposição ao governo estadual deve chegar em 2026 dividida em dois grandes blocos. De um lado, Rogério Marinho, que tem o apoio do bolsonarismo, aposta na sua base no interior e no prestígio nacional. Do outro, Alysson Bezerra, que vem ganhando força com sua gestão em Mossoró e tem defendido um discurso de independência.
Álvaro Dias, que também é cotado para disputar algum cargo em 2026, ainda não confirmou seu destino eleitoral. Mas o encontro com Alysson sinaliza que ele pode estar mais inclinado a compor com o prefeito mossoroense do que seguir ao lado de Rogério.
Nos bastidores, já se especula uma possível chapa com Alysson candidato a governador e Álvaro disputando o Senado ou até a vaga de vice. Essa movimentação tiraria de vez qualquer possibilidade de união com Rogério, que tem tentado manter o grupo da oposição unido.
Ao que tudo indica, a eleição de 2026 no Rio Grande do Norte será marcada por uma disputa não apenas entre governo e oposição, mas também dentro da própria oposição, com dois projetos distintos de futuro para o estado.
A foto publicada hoje pode ter sido só um registro amigável. Mas, na política, nenhum gesto é por acaso.
Se Álvaro realmente consolidar a aproximação com Alysson Bezerra, a lógica é que Paulinho faça o mesmo. Ele deve uma boa parte de seu capital político ao prefeito e dificilmente vai cortar esse cordão em pleno ano eleitoral.