Bolsonaro é intimado pelo STF enquanto está internado em UTI

Internado há dez dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital DF Star, em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi intimado nesta quarta-feira (23) a apresentar sua defesa na ação penal que responde no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.

Bolsonaro divulgou um vídeo nas redes sociais mostrando o momento em que recebe a oficial de Justiça. No registro, ele questiona se a servidora sabia que ele estava em uma UTI e se exalta quando alguém o interrompe para alertar sobre a elevação de sua pressão arterial.

Segundo assessores, Bolsonaro apresentou aumento da pressão no momento da intimação. O hospital, no entanto, informou que está impossibilitado de divulgar boletins médicos, por decisão da família — o que vinha sendo feito diariamente desde a internação. Ele está sendo tratado de uma suboclusão intestinal, uma obstrução parcial do intestino. Segundo o boletim mais recente, seu quadro clínico evolui bem e já há sinais de funcionamento intestinal.

Mesmo com recomendação médica para não receber visitas, Bolsonaro tem recebido aliados no quarto da UTI. Na terça-feira (22), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, esteve com ele. Nesta quarta, foi a vez do pastor Silas Malafaia.

A intimação dá início à contagem do prazo para que o ex-presidente apresente sua defesa na ação penal. A medida foi autorizada após o STF avaliar que ele estava apto a ser citado, com base na live que Bolsonaro transmitiu na terça-feira (22).

O STF informou que os demais réus no mesmo processo foram citados entre os dias 11 e 15 de abril. No caso de Bolsonaro, a Corte aguardava uma ocasião em que ele pudesse ser notificado devido à internação.

A denúncia contra o ex-presidente e outros sete investigados foi aceita no mês passado, por unanimidade, pela Primeira Turma do STF. As investigações apontam que Bolsonaro teria apresentado aos comandantes das Forças Armadas uma proposta para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Em depoimento, os então comandantes do Exército, Freire Gomes, e da Aeronáutica, Baptista Junior, confirmaram terem sido abordados por Bolsonaro e afirmaram que se posicionaram contra qualquer ruptura institucional. A defesa do ex-presidente nega todas as acusações.

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