Brasileiras são presas com 191 canetas de Mounjaro no aeroporto de Porto Alegre

Duas mulheres brasileiras, ambas com 28 anos, foram presas em flagrante na noite de sábado (19) ao desembarcarem no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, transportando 191 canetas do medicamento Mounjaro, utilizado no tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade. As passageiras, naturais de Goiânia e residentes em Londres, chegaram em um voo proveniente de Lisboa, Portugal. Cada uma carregava quase metade da carga: uma com 95 canetas e a outra com 96, todas de 15 mg e com validade até agosto de 2025.

A Receita Federal avaliou a carga em aproximadamente R$ 280 mil e destacou que o Mounjaro, aprovado pela Anvisa desde setembro de 2024, requer autorização do Ministério da Saúde para importação. O transporte inadequado do medicamento, que necessita de refrigeração constante, representa riscos à saúde pública, além de abrir margem para falsificações. ​

As mulheres alegaram desconhecer as normas brasileiras sobre a importação de medicamentos. Ambas foram encaminhadas à Polícia Federal e permanecem à disposição da Justiça Federal.

​O uso indevido do Mounjaro, medicamento injetável aprovado pela Anvisa para o tratamento do diabetes tipo 2, tem gerado preocupações devido aos riscos associados à sua administração sem prescrição médica. Embora também seja utilizado para auxiliar na perda de peso, seu uso deve ser sempre supervisionado por um profissional de saúde.​

Riscos do uso não supervisionado:

  • Efeitos gastrointestinais: Náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal são comuns e podem ser intensificados sem acompanhamento médico adequado.
  • Complicações graves: Casos de pancreatite aguda, hipoglicemia (especialmente quando combinado com outros antidiabéticos), retinopatia diabética e insuficiência renal têm sido associados ao uso do medicamento sem orientação.
  • Riscos cardiovasculares: O uso inadequado pode aumentar o risco de eventos cardíacos, como infartos e acidentes vasculares cerebrais, especialmente em indivíduos com histórico de problemas cardíacos.
  • Efeitos neurológicos: Tonturas e dores de cabeça podem ocorrer, afetando a qualidade de vida do paciente.
  • Efeito rebote: A interrupção abrupta do uso pode levar ao reganho de peso, especialmente se não houver mudanças sustentáveis no estilo de vida.​

Além disso, o Mounjaro deve ser armazenado sob refrigeração constante. O transporte inadequado pode comprometer sua eficácia e segurança. A importação e comercialização sem autorização são ilegais e representam riscos à saúde pública.​

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