Bruno Henrique, do Flamengo, é indiciado pela PF por suposta manipulação de cartão amarelo para beneficiar apostadores

O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por suspeita de manipulação de apostas esportivas. A investigação aponta que o jogador teria forçado a obtenção de um cartão amarelo durante a partida contra o Santos, realizada em 1º de novembro de 2023, no estádio Mané Garrincha, em Brasília, pelo Campeonato Brasileiro. O objetivo seria beneficiar apostadores, incluindo familiares do atleta, que teriam conhecimento prévio da ação.​

A operação, denominada “Spot-Fixing”, conduzida pela PF em conjunto com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), revelou que, antes do jogo, houve um aumento anormal nas apostas relacionadas à possibilidade de Bruno Henrique receber um cartão amarelo. Relatórios da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e da International Betting Integrity Association (IBIA) indicaram que 98% das apostas nesse mercado específico estavam direcionadas ao atacante, contrastando com a média histórica de 20% de punições ao jogador nos dois anos anteriores.​

Durante a partida, Bruno Henrique recebeu um cartão amarelo aos 50 minutos do segundo tempo por uma falta em Yeferson Soteldo. Logo após, foi expulso por ofender o árbitro, chamando-o de “merda”, conforme registrado na súmula do jogo.​

As investigações identificaram que o irmão do jogador, Wander Nunes Pinto Junior, a cunhada Ludymilla Araújo Lima e a prima Poliana Ester Nunes Cardoso criaram contas em casas de apostas virtuais na véspera da partida e realizaram apostas específicas na punição de Bruno Henrique. Mensagens encontradas no celular de Wander indicam que o atacante teria informado previamente sobre a intenção de receber o cartão amarelo.​

Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em locais associados aos investigados, incluindo a residência de Bruno Henrique na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, a sede de uma empresa da qual o jogador é sócio em Lagoa Santa (MG) e seu quarto no Centro de Treinamento do Flamengo, o Ninho do Urubu. A PF apreendeu celulares, computadores e outros itens pessoais dos suspeitos.​

Bruno Henrique e os demais indiciados podem responder por crimes previstos na Lei Geral do Esporte, como fraude em competição esportiva, corrupção passiva e ativa esportiva, além de lavagem de dinheiro e, caso outras manipulações sejam identificadas, associação ou organização criminosa.​

Até o momento, o Flamengo não se pronunciou oficialmente sobre o caso. A assessoria de imprensa de Bruno Henrique também não comentou o indiciamento.​

A investigação segue em andamento, e as autoridades continuam apurando os detalhes do suposto esquema de manipulação de apostas envolvendo o jogador e seus familiares.​

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