Cresce 360% o número de postagens com ameaças de violência em escolas no Brasil

Nos últimos quatro anos, o Brasil registrou um aumento alarmante de 360% no número de postagens com ameaças de violência em escolas, conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Esse crescimento reflete uma tendência preocupante de radicalização online entre jovens, alimentada por conteúdos de ódio e incitação à violência nas redes sociais.

O levantamento do FBSP revela que, em 2021, foram registradas cerca de 2.000 postagens com ameaças a escolas. Esse número saltou para mais de 9.000 em 2023, evidenciando uma escalada significativa. Especialistas apontam que a pandemia e o aumento do uso de redes sociais contribuíram para esse cenário, proporcionando um ambiente propício para a disseminação de discursos de ódio e radicalização entre adolescentes.

Pesquisas indicam que 71% dos ataques a escolas entre 2011 e 2023 apresentaram indícios de radicalização online. Plataformas como Discord, Twitter, TikTok e Telegram têm sido utilizadas para disseminar conteúdos violentos e formar comunidades que incentivam comportamentos agressivos. Esse fenômeno é conhecido como “efeito contágio”, no qual a divulgação de um ataque inspira outros a imitá-lo.

Em resposta ao aumento das ameaças, o governo federal implementou o Sistema Nacional de Acompanhamento e Combate à Violência nas Escolas (SNAVE), por meio do programa “Escola que Protege”. Esse programa visa monitorar conteúdos online, oferecer apoio psicossocial às comunidades escolares e promover práticas de cultura de paz. Além disso, foram estabelecidas parcerias entre os Ministérios da Educação, Justiça, Direitos Humanos e a Polícia Federal para combater a presença de grupos extremistas nas redes sociais.

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