A defesa de Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro, alega que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, tem agido de forma parcial e pessoal contra seu cliente. Os advogados argumentam que a prisão preventiva de Martins, ocorrida em fevereiro de 2024, foi baseada em suspeitas infundadas de tentativa de fuga para os Estados Unidos, as quais foram posteriormente contestadas por evidências apresentadas pela defesa, incluindo bilhetes aéreos e registros de localização que indicam sua permanência no Brasil durante o período em questão.
Além disso, a defesa critica a condução do processo, afirmando que as acusações contra Martins se baseiam exclusivamente na delação de Mauro Cid, sem corroborar com outras provas concretas. Os advogados também questionam a imparcialidade de Moraes, alegando que o ministro participou das negociações da delação premiada de Cid, o que, segundo eles, compromete sua isenção no caso.
A defesa apresentou pedidos ao STF solicitando a suspeição de Moraes e de outros ministros envolvidos no julgamento, além da anulação da denúncia e do processo contra Martins. Os advogados também destacam que, após a soltura de Martins em agosto de 2024, foram impostas medidas cautelares consideradas abusivas, como o uso de tornozeleira eletrônica e restrições de comunicação.
O julgamento sobre o recebimento da denúncia e os pedidos da defesa está previsto para ocorrer em 22 e 23 de abril de 2025. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) anunciou que acompanhará o julgamento para garantir os direitos da defesa.