Gestão Nilda Cruz em Parnamirim vive dias difíceis e se vê cercada por críticas e denúncias

A gestão da prefeita de Parnamirim, Nilda Cruz, completa 6 meses e atravessa um momento delicado, marcado por denúncias de nepotismo, insatisfação popular crescente e dificuldades estruturais em setores essenciais da administração municipal. Desde que assumiu o cargo, Nilda vem acumulando episódios que alimentam a percepção de distanciamento em relação às demandas reais da população e os sinais de desgaste político com a câmara municipal.

Nesta semana, a crise ganhou novo capítulo com uma recomendação formal do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), que exige a exoneração de três servidores ligados por parentesco à secretária municipal de Assistência Social, Fativan Alves. O promotor de Justiça Sérgio Gouveia alertou que, se a recomendação não for cumprida, será ajuizada uma ação de improbidade administrativa.

Os nomes citados, Pedro Williams Moura de Paiva, Rayana Milena Menezes de Paiva e Jose Raniere Barros de Paiva, ocupam cargos comissionados em desacordo com a legislação que veda o nepotismo. Segundo o promotor, já houve tentativa anterior de “realocação” de um dos servidores, o que configura, nas palavras dele, uma “movimentação ilegal para burlar a vedação imposta”.

Mais preocupante ainda é o fato de que as denúncias de nomeações cruzadas e vínculos familiares irregulares não se limitam à Secretaria de Assistência Social. Há apurações em andamento sobre situações semelhantes em outras secretarias municipais e até no gabinete da própria prefeita, o que agrava a percepção de desrespeito aos princípios constitucionais da moralidade, impessoalidade e legalidade na gestão pública.

Em meio à turbulência, a prefeita voltou a chamar atenção nesta sexta-feira (30), ao publicar um convite à população para a Marcha para Jesus, evento marcado para este sábado na Cohabinal. O problema não foi o convite em si, mas o fato de a publicação ter sido feita sem a possibilidade de comentários, o que levantou questionamentos imediatos em grupos de WhatsApp e redes sociais.

A atitude reforça que a gestão evita o confronto com críticas e opiniões contrárias, blindando-se em bolhas digitais enquanto a cidade enfrenta problemas sérios, como unidades de saúde sem insumos básicos, ruas esburacadas, falta de iluminação pública e lixo acumulado em vários bairros.

Na saúde, faltam seringas nas UBSs, e usuários do SUS relatam atrasos em exames, consultas e até distribuição de medicamentos essenciais. Em paralelo, a prefeita segue priorizando sua presença digital, com vídeos em redes sociais destacando ações de pouca relevância, enquanto os grandes desafios continuam sem resposta.

A situação política também se complica. O secretário de Planejamento, Kelps Lima, já anunciou que deixará o cargo em dezembro, ao fim do seu compromisso com a prefeita. Com pretensões de disputar uma vaga na Câmara Federal, Kelps deve se afastar da gestão, deixando um vácuo técnico e político num momento crítico para a administração municipal.

Em Parnamirim, cresce a sensação de que a cidade está sem rumo, e que a prefeita Nilda Cruz se isola cada vez mais das ruas para se abrigar em um mandato cercado por polêmicas, favoritismo e aparente despreparo para o enfrentamento dos problemas reais.

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