O clima esquentou (e animou a militância) no evento que lançou Edinho Silva como candidato à presidência do PT. Durante o discurso, nesta segunda-feira (19/5), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não poupou palavras:
“Ano que vem vamos dar trabalho para essa extrema direita escrota e vamos ver o presidente Lula subir mais uma vez a rampa do Planalto.”

A declaração aconteceu diante de uma plateia animada e marca o início de um novo capítulo dentro do PT — com Edinho como nome de consenso da principal corrente do partido, a CNB (Construindo um Novo Brasil), a mesma do presidente Lula.

PT evita racha interno com “operação abafa”

Até pouco tempo atrás, a disputa dentro da CNB estava acirrada. O prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, chegou a se lançar como candidato, o que poderia dividir a corrente majoritária do partido. Para evitar esse cenário, o Planalto se movimentou.

Ministros como Haddad e Gleisi Hoffmann articularam nos bastidores, e Quaquá acabou retirando a candidatura.
“Se a CNB rachasse, rachava também o PT”, resumiu o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).

Com isso, Edinho Silva, atual prefeito de Araraquara (SP) e homem de confiança de Lula, segue como favorito.
“Acho que a eleição do Edinho ocorrerá no primeiro turno”, disse Guimarães.

Correntes ideológicas lançam seus próprios nomes

Mesmo com a CNB unificada, a disputa não será de chapa única. Correntes mais ideológicas do PT também colocaram nomes na disputa:

• Rui Falcão, ex-presidente do partido, vem pela corrente Novo Rumo e é apoiado por figuras como José Genoíno, Olívio Dutra e João Pedro Stédile (MST).
• Romênio Pereira, do Movimento PT e atual secretário de Relações Internacionais da sigla.
• Valter Pomar, historiador e membro do Diretório Nacional, também entrou na briga.

Esses nomes representam alas mais tradicionais do partido e defendem posições críticas à atual condução da legenda.