Helicóptero da Record é alvejado por 200 tiros no Rio e sindicato cobra explicações da emissora

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro notificou oficialmente a Record TV após um helicóptero da emissora ter sido alvo de aproximadamente 200 disparos durante uma cobertura aérea no Complexo de Israel, Zona Norte do Rio, no último dia 5 de junho. A região é dominada por facções criminosas. Apesar da violência do ataque, ninguém ficou ferido.

A notificação foi enviada à emissora na terça-feira (10) e exige esclarecimentos sobre as condições de segurança fornecidas aos profissionais envolvidos em coberturas desse tipo, como pilotos, cinegrafistas e técnicos.

Segundo Virginia Berriel, coordenadora do sindicato, o episódio evidencia os riscos enfrentados por jornalistas em áreas de conflito. “É muito grave colocar profissionais nessas situações. Graças a Deus ninguém se feriu, mas poderia ter sido uma tragédia”, afirmou ao site NaTelinha.

O sindicato também criticou o uso de motolinks — cinegrafistas em motocicletas que atuam sozinhos em regiões perigosas — por parte da emissora. A prática, segundo Virginia, contraria a legislação trabalhista. “A CLT é clara: o trabalhador deve exercer sua função com segurança e saúde. Essa exposição é inaceitável”, reforçou.

Além da Record, outras emissoras como Globo, SBT e Band também serão notificadas para prestarem informações sobre os protocolos de segurança adotados em situações semelhantes. Caso não apresentem medidas concretas, o sindicato deve acionar o Ministério Público do Trabalho para exigir fiscalização permanente nas redações.

Essa não é a primeira vez que a Record enfrenta esse tipo de situação. Em 2021, durante uma cobertura na comunidade da Mangueira, também na Zona Norte, um helicóptero da emissora foi atingido e o piloto, Darlan Santana, foi baleado na panturrilha. Ele se recuperou e o cinegrafista que o acompanhava saiu ileso.

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