A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA, subiu 0,56% em março, segundo dados divulgados pelo IBGE. Apesar de ser uma desaceleração em relação a fevereiro (1,31%), o índice ainda é o mais alto para um mês de março desde 2023. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação chegou a 5,48%.
O maior vilão da inflação continua sendo a comida. O grupo Alimentação e Bebidas subiu 1,17% no mês, puxado principalmente pelos aumentos expressivos no preço do tomate (+22,55%), ovos (+13,13%) e café moído (+8,14%). Só esses três produtos representaram um quarto da alta registrada no mês.
Segundo o IBGE, os aumentos foram causados por fatores como colheitas antecipadas (que reduziram a oferta do tomate), quebra de safra de café no Brasil e no Vietnã, e o aumento no preço do milho, que é a base da ração para as aves. Além disso, a maior procura por ovos durante a Quaresma também influenciou.
💬 Para o economista Helder Cavalcanti Vieira, a inflação dos alimentos tem afetado diretamente o orçamento das famílias: “Esses aumentos têm sido constantes e prejudicam principalmente os mais pobres, que gastam a maior parte da renda com alimentação”, afirma.
Outros destaques do mês incluem o grupo Transportes, que teve alta de 0,46%, com passagens aéreas subindo 6,91%, após uma forte queda no mês anterior. Os combustíveis, por outro lado, subiram menos: gasolina (+0,51%), diesel (+0,33%) e etanol (+0,16%).
Já no grupo Despesas Pessoais, os preços de cinema, teatro e shows subiram 7,76% com o fim das promoções da “semana do cinema”.
Outros setores como Habitação, Educação, Saúde e Cuidados Pessoais também registraram altas, porém em ritmo mais moderado.
Mesmo sem índice regional detalhado, o Rio Grande do Norte também sente os reflexos. “Inflação acima da meta preocupa o comércio e penaliza ainda mais a população de baixa renda”, diz Cavalcanti.
O INPC, que mede o impacto da inflação em famílias com renda de até cinco salários mínimos, subiu 0,51% em março. No acumulado de 12 meses, o índice chegou a 5,20%.
Principais altas de alimentos em março:
- Tomate: +22,55%
- Ovo de galinha: +13,13%
- Café moído: +8,14%
- Cebola: +5,71%
- Banana-prata: +4,81%
Fonte: IBGE