Justiça condena cabo que chamou tenente de “bunduda” e sugeriu “fugir juntos”

Um cabo da Aeronáutica foi condenado pela Justiça Militar da União por desacato a superior após fazer comentários considerados inapropriados e de cunho sexual a uma tenente da corporação. A decisão, que ainda cabe recurso, levou em conta a perspectiva de gênero e reforça a intolerância da Justiça com condutas machistas no ambiente militar.

O caso aconteceu em duas ocasiões ao longo de 2024. Em março, durante uma atividade institucional, o cabo Expedito Ferreira Neto, que atuava como motorista, chamou a oficial de “linda” e “a tenente mais simpática”, mesmo após ela expressar desconforto e avisar que era noiva.

Mas foi em junho que a situação se agravou. Durante um transporte de vacinas solicitado pela tenente, o cabo fez comentários como “pena que seu coração já tem dono” e, ao fim do trajeto, afirmou que a filha deles seria “bundudinha”, já que ele e ela seriam “bundudos”. A oficial ficou estarrecida e levou o caso a seus superiores.

A defesa alegou que se tratavam de “cortesias” sem intenção de ofender, e que os comentários não configurariam desacato. A corte, no entanto, rejeitou essa tese e apontou que as falas ultrapassaram o limite do aceitável, criando um ambiente hostil e ofensivo à dignidade da tenente.

A pena foi de 1 ano de reclusão, mas o cabo poderá cumprir em regime aberto, com suspensão condicional por três anos, desde que respeite regras como não se aproximar da vítima nem manter contato com ela. Ele pode recorrer em liberdade.

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