MC Poze é preso no RJ e diz que está sendo perseguido: entenda o caso

O cantor MC Poze do Rodo foi levado por volta das 11h45 desta quinta-feira (29) para a Delegacia de Capturas (Polinter), na Cidade da Polícia, no bairro Jacarezinho, Zona Norte do Rio.

Durante a chegada à delegacia, Poze declarou que está sendo vítima de “perseguição”. Sua esposa, Vivi Noronha, apareceu logo depois, chorando muito, mas preferiu não falar com a imprensa.

Segundo a polícia, o funkeiro será transferido ainda hoje para o presídio de Benfica, onde ficará à disposição da Justiça.

A defesa de Poze afirma que ele pode ser solto até o próximo fim de semana. O cantor está preso temporariamente, enquanto é investigado por apologia ao crime, tráfico de drogas e associação ao tráfico.

O advogado Fernando Henrique Cardoso diz que a prisão não tem base concreta e que Poze não está formalmente acusado de nenhum crime.

“Ele interpreta um personagem nas músicas. Isso não pode ser confundido com a vida real”, explicou o advogado.

A defesa também criticou o que considera um preconceito contra artistas periféricos, dizendo que cantores de funk e rap muitas vezes recebem um tratamento mais duro do que outros artistas.

Acusações e investigações

Segundo a polícia, as músicas de MC Poze fazem propaganda direta para o Comando Vermelho, maior facção criminosa do estado. O delegado Moysés Santana afirmou que o artista pode estar envolvido também com lavagem de dinheiro.

O secretário de Polícia Civil do RJ, Felipe Curi, foi duro nas palavras:

“A música dele é mais perigosa do que um tiro de fuzil. Ele usa a arte como instrumento de propaganda do crime”, disse.

A polícia aponta que Poze faz shows em comunidades controladas por traficantes, com presença de criminosos armados garantindo segurança ao evento. As letras cantadas por ele, segundo os investigadores, incitam o uso de drogas, o porte de armas e a rivalidade entre facções.

Esses eventos, de acordo com a investigação, servem para movimentar dinheiro do tráfico e fortalecer a facção financeiramente.

Um dos shows mais recentes, no dia 19 de maio, aconteceu na Cidade de Deus. Poucas horas depois, um policial civil foi morto em uma operação na mesma região.

A polícia destaca que o conteúdo das músicas ultrapassa os limites da liberdade de expressão e representa um risco direto à segurança pública. As investigações seguem para identificar outros envolvidos.

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