Dos oito deputados federais que representam o Rio Grande do Norte em Brasília, apenas quatro tiveram a coragem — ou o compromisso mínimo com o interesse público — de assinar o pedido de criação da CPI que pretende investigar um dos maiores escândalos recentes envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com suspeitas de fraudes que já ultrapassam R$ 6,3 bilhões.
Carla Dickson (União Brasil), General Girão (PL), Sargento Gonçalves (PL) e Robinson Faria (PL) já oficializaram apoio à iniciativa. Enquanto isso, Fernando Mineiro (PT), Natália Bonavides (PT), João Maia (PP) e Benes Leocádio (União Brasil) permanecem em silêncio, hesitantes ou escorando-se em argumentos partidários para postergar uma decisão que deveria ser óbvia: apoiar a apuração de um rombo bilionário no sistema que sustenta aposentadorias e benefícios sociais no país.
A deputada Carla Dickson foi direta: “O PT não voltou para governar, voltou à cena dos crimes. Precisamos escancarar essa podridão”. General Girão reforçou a necessidade de justiça aos aposentados lesados e Gonçalves ironizou: “Dessa vez, não aliviaram nem pra quem votou neles”.
Já entre os que preferem a omissão, Benes Leocádio diz estar “avaliando” e João Maia aguarda o “aval do partido”. É o tipo de cautela que estranha-se em casos tão graves — ou seria medo de contrariar o governo federal, do qual seus partidos participam com cargos e ministérios?
Vale lembrar que o pedido da CPI já conta com 187 assinaturas, número que ultrapassa com folga o mínimo necessário de 171. E o que chama atenção é que boa parte desse apoio vem de dentro da própria base governista, o que só reforça o absurdo da inércia de quem insiste em não assinar.
Enquanto isso, lideranças petistas como Lindbergh Farias (PT-RJ) tentam convencer a opinião pública de que a investigação já estaria sendo feita por órgãos como a Polícia Federal e o Tribunal de Contas da União — embora até o momento nada tenha sido resolvido de forma transparente ou contundente.
Como lembrou o 1º vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ): “Quem não deve, não teme”. A frase dispensa interpretações. E os potiguares certamente saberão julgar, nas urnas, quem se posicionou a favor da transparência — e quem preferiu fingir que não viu.