O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou nesta quarta-feira (7/5), durante audiência na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, que o Brasil precisa avançar na redução da jornada de trabalho e classificou a escala 6×1 como “cruel”. Segundo ele, a transição para o modelo 5×2 (cinco dias de trabalho e dois de descanso) seria um avanço, especialmente para trabalhadores do comércio.
“O 6×1 é cruel, e transitar para o 5×2 seria um grande avanço. Os trabalhadores do comércio reclamam muito disso”, disse o ministro.
Apesar de reconhecer a necessidade de mudança, Marinho ponderou que a escala 4×3 (quatro dias de trabalho e três de folga), prevista em uma proposta em tramitação no Congresso, ainda não seria viável no momento. Ele defende que a negociação por meio de convenções coletivas seja considerada em setores específicos.
PEC propõe fim da jornada 6×1
A declaração do ministro acontece em meio ao debate sobre a PEC apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP), que propõe alterar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e eliminar a escala 6×1. O texto original sugere uma jornada de quatro dias por semana (36 horas semanais), mas também admite o modelo 5×2 como alternativa mais viável politicamente.
A proposta ainda aguarda envio à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.
Apoio do presidente Lula
Durante pronunciamento alusivo ao Dia do Trabalhador, no dia 30 de abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou apoio à discussão da PEC, destacando a importância de adaptar a legislação trabalhista às novas realidades do mundo do trabalho.
Ambiente tóxico e saúde mental
Marinho também alertou para os efeitos das longas jornadas e ambientes de trabalho hostis na saúde mental dos brasileiros. Ele destacou que jovens estão rejeitando trabalhos com baixa remuneração e carga excessiva, buscando mais tempo para lazer, cultura e educação.
“É preciso maturidade para construir um consenso entre trabalhadores e empregadores”, concluiu.