A Prefeitura de Natal ainda não definiu a estratégia de contratação de pessoal para o novo Hospital Municipal, com previsão de inauguração para o segundo semestre deste ano. A indefinição ocorre em meio a um déficit de 910 profissionais em toda a rede municipal de saúde, conforme a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Para lidar com essa carência de pessoal, considerada prioritária, a SMS planeja realizar uma seleção emergencial nos próximos meses, após a conclusão de um estudo técnico. Paralelamente, outra análise será conduzida para dimensionar as necessidades específicas do novo Hospital Municipal.
Segundo o secretário Geraldo Pinho, o estudo para o novo hospital irá determinar o número de funcionários necessários, considerando um possível remanejamento de outras unidades, como o Hospital dos Pescadores e a Maternidade Araken Irerê Pinto. Essa definição estará diretamente ligada ao quantitativo de profissionais a serem chamados na seleção emergencial para suprir o déficit atual da rede.
A decisão de realizar a seleção emergencial foi tomada após uma audiência entre a SMS e o Ministério Público na sexta-feira (25). Pinho informou que se reunirá na próxima segunda-feira, 5 de maio, com a Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Natal (CMN) para discutir o processo seletivo emergencial.
O secretário destacou que a medida emergencial visa dar fôlego à rede enquanto se planeja um concurso público, solução de médio e longo prazo. O estudo imediato também levará em conta o impacto financeiro das contratações.
O déficit na rede municipal abrange diversas categorias profissionais, incluindo enfermeiros, odontólogos, farmacêuticos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, técnicos de raio-x, além de auxiliares de enfermagem e de farmácia. Atualmente, o quadro é composto por profissionais contratados via cooperativa, com um contrato emergencial de 2020, renovado anualmente. No entanto, todos os profissionais do cadastro reserva já foram convocados, resultando no déficit de 31% (a necessidade total é de 2,9 mil profissionais).
Pinho enfatizou que o objetivo é realizar uma convocação significativa para normalizar as escalas de trabalho e otimizar o funcionamento da rede.
O novo Hospital Municipal de Natal está localizado na Avenida Prefeito Omar O’Grady, em Pitimbu, zona Sul. A primeira fase da unidade, com mais de 6 mil metros quadrados, foi inaugurada no final do ano passado e conta com 90 leitos clínicos para adultos, salas de estabilização, leitos de isolamento e uma UTI com 10 leitos. O projeto completo prevê sete pavimentos e 266 leitos, além de atendimento em diversas especialidades e um centro de diagnóstico e cirúrgico com urgência 24 horas em ginecologia e obstetrícia.
Leitos para desafogar as UPAs
Outra questão enfrentada pela saúde pública municipal é a superlotação das quatro Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs). Para aliviar essa situação, a Secretaria de Saúde abrirá 55 leitos de retaguarda: 20 de psiquiatria no Hospital Severino Lopes e 35 de enfermaria no Centro de Cuidados Vita (15 leitos) e no Hospital Rio Grande (20 leitos).
Com um custo mensal de R$ 1,5 milhão, as novas instalações serão financiadas com recursos federais do MAC (Média e Alta Complexidade) e devem estar disponíveis no início de maio. Segundo Geraldo Pinho, a ampliação do Hospital Severino Lopes já está em andamento.
O secretário explicou que a superlotação das UPAs é causada pela alta demanda de pacientes da Região Metropolitana de Natal, chegando a representar 35% dos atendimentos em algumas unidades. Ele acredita que a entrada em operação do novo Hospital Municipal trará um alívio significativo para essa situação.