Projeto pretende regulamentar atuação dos flanelinhas em Natal

Um projeto de lei em discussão na Câmara Municipal de Natal quer colocar ordem na atuação dos guardadores de carro — os famosos flanelinhas — nas ruas da capital potiguar. O tema foi debatido em audiência pública nesta terça-feira (20), reunindo representantes da sociedade, autoridades e comerciantes.

A proposta, de autoria do vereador Kleber Fernandes (Republicanos), prevê medidas como:

  • Cadastro obrigatório dos flanelinhas;
  • Incentivo à criação de associações;
  • Capacitação profissional;
  • Regras claras para o uso de espaços públicos.

Hoje, Natal não tem nenhuma regulamentação ou fiscalização sobre essa atividade. Também não há dados oficiais sobre quantos flanelinhas atuam na cidade — um dos motivos que impulsionaram a criação do projeto.

“O que temos ouvido de muitos motoristas é medo, constrangimento e até coação para pagar por um serviço informal. Alguns relatam ameaças veladas, como riscos de danos aos veículos”, explicou o vereador.

A presença ostensiva de flanelinhas tem preocupado também o setor comercial. Fernando Virgílio, assessor da Fecomércio-RN, destacou que a insegurança dos clientes pode afastar consumidores das lojas físicas. “Isso impacta diretamente o comércio, num momento em que o varejo físico já disputa espaço com o online. Precisamos de soluções”, afirmou.

Motoristas relatam pressão nas ruas

Durante a audiência, motoristas compartilharam experiências desconfortáveis. O empresário Geferson Gadea contou que alguns flanelinhas cobram adiantado, antes mesmo de ele retornar ao carro. Já o bancário Alexandre Cândido ressaltou: “Quando a abordagem é amigável, as pessoas ajudam. Mas quando é intimidadora, todo mundo fica receoso.”

Polícia e Guarda Municipal prometem atuação

O comandante do CPRE, coronel Josemário Xavier, reforçou que abusos devem ser denunciados pelo 190. “Se houver ameaça, a PM age imediatamente e encaminha o caso à delegacia”, disse.

A Guarda Municipal também se colocou à disposição para coibir excessos. “A abordagem será educativa, explicando que os espaços são públicos e que práticas abusivas não serão toleradas”, afirmou o subcomandante Sanclé Araújo.

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