Reforma do Código Civil propõe novas regras para reconhecimento de paternidade

Uma proposta de reforma do Código Civil brasileiro, atualmente em discussão no Senado, sugere mudanças significativas nas regras de reconhecimento de paternidade. Se aprovada, a nova legislação permitirá que o nome do homem indicado pela mãe como pai da criança seja incluído automaticamente na certidão de nascimento, caso ele se recuse a reconhecer a paternidade ou a realizar exame de DNA. ​

A proposta, elaborada por uma comissão de juristas, visa atualizar o Código Civil, em vigor desde 2002, para refletir as transformações sociais e tecnológicas das últimas décadas. O texto sugere a alteração ou revogação de 897 artigos e a inclusão de mais de 200 novos dispositivos. ​

Atualmente, cabe à mãe buscar a Justiça para comprovar a paternidade. Com a nova regra, será o homem quem deverá comprovar que não há vínculo genético ou socioafetivo, caso queira retirar o nome do registro. O anteprojeto não estabelece um prazo fixo para a manifestação do suposto pai, e o caso só será levado à Justiça se ele não for localizado.

Dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) indicam que, entre 2016 e 2025, aproximadamente 1,4 milhão de nascimentos foram registrados sem o nome do pai. Apenas 18% desses casos tiveram a paternidade reconhecida posteriormente.

A proposta ainda será analisada no Senado e pode sofrer alterações antes de ser votada.

Compartilhe esse texto nas suas redes sociais: