O representante do ex-presidente Donald Trump para a América Latina, Mauricio Claver-Carone, afirmou nesta segunda-feira (12) que os três principais entraves para o crescimento do Brasil são “crime, corrupção e câmbio”. A declaração foi feita durante um jantar da entidade Esfera, em Nova York, e causou desconforto entre empresários e autoridades brasileiras presentes.
Claver-Carone, que está de saída do cargo e deve permanecer no posto por mais 20 dias, defendeu que o país tem potencial para se tornar uma nação de primeiro mundo, desde que enfrente esses desafios.
“O maior desafio que investidores têm com o Brasil é o risco cambial”, afirmou, ao relatar que um grande CEO teria acabado de vender seu último ativo no país por esse motivo. “Gostamos de negócios em dólar”, completou, sinalizando que o ambiente de moeda instável afasta capital estrangeiro.
Sobre a criminalidade, ele citou a atuação do crime organizado, com destaque ao PCC, e disse que há esforços conjuntos com o governo brasileiro nesse combate. Já em relação à corrupção, Claver-Carone afirmou que existe um “mito e uma realidade” sobre o tema, que ainda prejudica a imagem do Brasil no exterior.
O representante também destacou o desconhecimento dos investidores internacionais sobre o real peso da economia brasileira.
“Menos de 1% sabe que o Brasil é a segunda maior economia do hemisfério ocidental”, disse. “A maioria ainda acha que é o Canadá ou o México.”
Crítica à aproximação com a China
Em outro trecho de seu discurso, Claver-Carone criticou a aproximação do governo Lula com a China e reforçou que, apesar do crescimento das relações comerciais com o país asiático, os Estados Unidos ainda são a principal fonte de investimento direto no Brasil.
“Respeito o fato de o presidente do Brasil querer ir à China. Mas, no fim das contas, vocês estão aqui, em Nova York”, declarou aos empresários presentes.
Fonte: Revista Oeste