Secretário de Natal relata clima de tensão em Israel e tenta sair do país por via terrestre

O secretário de Planejamento de Natal, Vagner Araújo, vive momentos de apreensão em Israel, onde está desde o dia 9 de junho como parte de uma comitiva de representantes de cidades brasileiras e latino-americanas. O grupo, convidado pelo governo israelense para conhecer tecnologias nas áreas de segurança, educação e cidades inteligentes, busca agora uma forma de deixar o país após a escalada do conflito entre Israel e Irã.

Na sexta-feira (13), o Irã lançou mísseis balísticos contra cidades israelenses, incluindo Tel Aviv e Jerusalém, em resposta aos ataques promovidos por Israel na noite anterior. A tensão permanece neste sábado (14), e o espaço aéreo israelense segue fechado, dificultando a saída de estrangeiros.

Alternativas para sair de Israel

Diante da instabilidade, Vagner Araújo informou que o grupo estuda sair de Israel por via terrestre. Uma das opções discutidas neste sábado seria ir de carro ou ônibus até a Jordânia, e de lá seguir até a Arábia Saudita para então retornar ao Brasil de avião. “O espaço aéreo está fechado e não há previsão de reabertura. Então precisamos encontrar rotas alternativas por países vizinhos como Jordânia, Egito ou até por barco via Chipre”, explicou o secretário.

A alternativa mais viável, segundo ele, é a travessia para a Jordânia. “Há boa relação diplomática entre Brasil e Jordânia, e o príncipe local estaria atuando para dar apoio aos brasileiros que estão aqui”, disse.

Grupo dividido sobre saída

Vagner afirmou que a comitiva está dividida quanto à decisão de sair imediatamente ou aguardar. O governo israelense recomenda que todos permaneçam próximos a bunkers, onde há maior segurança contra ataques. “Eles garantem nossa segurança desde que estejamos nesses locais. Mas nossa preocupação é com a imprevisibilidade do conflito”, relatou.

O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, também faz parte do grupo e, assim como Vagner, defende a saída o quanto antes. “Não sabemos quando a situação vai se normalizar, e os riscos de agravamento são reais”, disse o secretário, temendo que a guerra possa escalar nos próximos dias.

Explosões e corridas para o bunker

A comitiva está em Kfar Saba, a cerca de 15 km de Tel Aviv, uma das cidades atingidas. Desde a madrugada de sexta, os integrantes relatam explosões e diversas corridas para os bunkers. “Recebemos alertas do governo com recomendações para nos abrigar em até dois minutos. Os mísseis balísticos cruzam os 1.500 km entre Irã e Israel em até 9 minutos, então o tempo de reação é curto”, detalhou.

Na última noite, o grupo — com cerca de 35 brasileiros e outros 20 moradores locais, inclusive crianças — passou várias horas nos abrigos. “Foram momentos de tensão e apreensão. Já recebemos pelo menos cinco alertas para buscar proteção”, disse.

A previsão inicial era de que a viagem se encerrasse no dia 20 de junho. Com a crise instalada e o espaço aéreo fechado, a prioridade agora é garantir o retorno seguro ao Brasil.

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