Sem bolsas de colostomia na rede pública, moradora de Natal usa sacos plásticos improvisados

Moradores de Natal que dependem de bolsas de colostomia estão vivendo um drama. Com a falta do insumo na rede pública de saúde, muitos pacientes estão tendo que improvisar — como é o caso da dona de casa Leila Tavares, que passou a usar sacos plásticos, como aqueles de padaria, para substituir a bolsa que deveria ser fornecida pelo SUS.

Leila precisou fazer colostomia após uma infecção intestinal e, agora, enfrenta outro problema: a antiga bolsa que usava não serve mais, e a rede pública não tem disponível o modelo que ela precisa. Sem condições financeiras de bancar o material por conta própria, ela comprou um pacote com 100 sacos plásticos para usar no lugar da bolsa.

“É complicado porque eu posso pegar uma bactéria. E quem vai arcar com isso? Tem colegas na mesma situação. Tem bolsa para uns, mas falta para outros”, desabafa.

Por medo de infecção e desconforto constante, ela quase não sai mais de casa. “Machuca, dói, incomoda. A gente não leva uma vida normal. Somos seres humanos, pagamos nossos impostos. Só queremos dignidade.”

Na manhã desta segunda-feira (9), pacientes como Leila protestaram em frente ao Centro Estadual de Reabilitação (CRI-RN), em Natal, cobrando uma solução do governo.

Segundo eles, a falta do material começou em abril. Já a Secretaria Estadual de Saúde (Sesap) afirmou que as bolsas foram entregues normalmente naquele mês, mas que houve falta de alguns modelos a partir de maio. A pasta informou que está finalizando um novo processo de compra para retomar as entregas o quanto antes.

Custo alto pesa no bolso

Outro paciente que sofre com o desabastecimento é o operador de caixa Daniel Carlos. Ele usa bolsa de colostomia há três anos, após uma infecção grave, e desde que parou de receber o material do SUS, tem tido que comprar por conta própria.

“O pacote mais barato custa R$ 520 e dura só um mês. É difícil, preocupante, até aterrorizante. Alguns ainda conseguem se virar, outros não. A gente vai se ajudando com doações”, contou.

Enquanto esperam por uma solução, muitos pacientes seguem se virando como podem — enfrentando não só os desafios físicos e emocionais da condição, mas também o peso do descaso.

Fonte: G1

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