Os 32 permissionários do Mercado da Redinha, na Zona Norte de Natal, deixaram de receber neste mês de maio o auxílio financeiro de R$ 1.200, pago mensalmente desde o fechamento do espaço para obras em 2022. O benefício foi interrompido pela Prefeitura de Natal no fim de abril.
A suspensão pegou os trabalhadores de surpresa. Representantes do grupo afirmam que desde o início do mês tentam contato com a gestão municipal para entender os motivos do corte. Segundo Ozeni Florencio Silva, uma das lideranças dos permissionários, faltam não só respostas sobre o auxílio, mas também informações sobre a reabertura do mercado.
“É uma humilhação. A gente precisa ir para as ruas, protestar, porque só assim somos ouvidos. Sem protesto, ninguém dá satisfação”, desabafa Ozeni.
Na segunda-feira (12), uma comissão dos permissionários se reuniu com a secretária municipal do Trabalho e da Assistência Social (Semtas), Nina Souza, e foi informada que o pagamento estava previsto apenas até abril, conforme o processo administrativo.
No entanto, Ozeni contesta a versão da prefeitura e afirma que o acordo estabelecido anteriormente previa o repasse até a reabertura oficial do mercado.
Em nota, a Semtas confirmou o encerramento do pagamento, mas ressaltou que estuda alternativas para garantir a continuidade do benefício até que os permissionários possam retomar suas atividades. Uma nova proposta deve ser apresentada aos trabalhadores ainda este mês.
Mercado foi inaugurado, mas segue fechado
O novo Mercado da Redinha foi oficialmente inaugurado em dezembro de 2024, após anos de obras. No entanto, o funcionamento do espaço foi intermitente e, em março deste ano, o local foi novamente fechado pela prefeitura.
A atual justificativa da gestão municipal é que o mercado está passando por um processo de concessão à iniciativa privada. Na última sexta-feira (10), foi anunciada a escolha da empresa P4 Concessões e Consultoria LTDA para elaborar os estudos técnicos, jurídicos, financeiros e ambientais necessários para viabilizar a concessão do equipamento.
Enquanto isso, os permissionários reivindicam o direito de trabalhar. Além da retomada do auxílio, o grupo também solicita autorização para atuar na praia da Redinha, como alternativa até a reabertura do mercado. Ozeni afirma que os rendimentos obtidos com a venda de produtos no local eram significativamente superiores ao valor do auxílio.
Ela também cobra transparência no processo de concessão. Segundo a representante, no momento em que os comerciantes foram retirados do espaço, não foi informado que haveria uma privatização.
“Quando nos tiraram de lá, disseram que seria apenas uma reforma. Nunca falaram em privatizar o mercado”, afirma.
Apesar da polêmica, a prefeitura garantiu que os antigos permissionários serão mantidos no novo modelo de gestão do espaço.
Fonte: G1