Enquanto especialistas em segurança pública reforçam que divulgar plantas e detalhes de presídios pode facilitar fugas e ações criminosas, o Governo do Rio Grande do Norte foi na contramão da recomendação. A Secretaria Estadual do Sistema Prisional (Seap) publicou no Instagram imagens da estrutura da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta — onde estão alguns dos detentos mais perigosos do estado.

A atitude gerou forte repercussão. Policiais penais e especialistas apontam que esse tipo de exposição compromete a segurança da unidade, por fornecer dados que podem ser explorados em planos de fuga ou ataques coordenados.

A publicação acontece num momento delicado: a Seap tem sido alvo de críticas por supostamente tentar encobrir motins e rebeliões em unidades prisionais, inclusive em Alcaçuz. Apesar da tentativa de silêncio, denúncias e vídeos têm desmentido a versão oficial e exposto os conflitos internos.

Por que isso é perigoso?
Segundo manuais internacionais e especialistas, a divulgação de mapas carcerários pode revelar rotas de circulação, localização de guaritas, setores vulneráveis e rotinas internas — tudo o que facções criminosas precisam para planejar ações.

“Divulgar a planta de um presídio é colocar a segurança em risco. Não é questão de transparência, é de bom senso”, comentou um servidor da segurança pública, sob anonimato.

O Governo do Estado ainda não se pronunciou oficialmente sobre a publicação.

Fonte: Gustavo Negreiros