A Petrobras comunicou nesta quinta-feira (17) que irá reduzir em R$ 0,12 por litro o preço do óleo diesel A vendido às distribuidoras, com vigência a partir desta sexta-feira (18). Com a nova queda, a parcela da estatal no preço final ao consumidor será de R$ 2,95 por litro.
Segundo a empresa, a redução efetiva nas bombas deve ser de aproximadamente R$ 0,10, já que o diesel comercializado ao consumidor é uma mistura de 86% de diesel fóssil com 14% de biodiesel.
A medida reverte parte do reajuste de R$ 0,22 aplicado em janeiro deste ano e ocorre em meio à queda no preço do petróleo no mercado internacional, influenciada, entre outros fatores, pela recente tensão comercial provocada por tarifas anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, o que reduziu as projeções de demanda global pela commodity.
Avaliação do governo
Na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que havia margem para cortes no preço dos combustíveis, citando a baixa na cotação do petróleo tipo Brent. Ele descartou, no entanto, ter pressionado a Petrobras pela nova redução.
A presidente da estatal, Magda Chambriard, disse que os preços são avaliados quinzenalmente, levando em conta o dólar e o petróleo, e destacou que a empresa não deve importar “confusões externas” para o cenário nacional.
Composição do preço
O valor do diesel na bomba é formado por diversos componentes:
- Preço de venda da Petrobras às distribuidoras
- Impostos federais (PIS e Cofins)
- Imposto estadual (ICMS)
- Custo do biodiesel (14% da mistura)
- Margens de distribuição e revenda
Dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) apontam que, até esta quinta-feira (17), o diesel da Petrobras estava R$ 0,11 acima da paridade internacional.
Impacto na inflação
Como o transporte de cargas no Brasil depende majoritariamente de caminhões, o custo do diesel afeta diretamente os preços dos produtos — especialmente alimentos. Por isso, a redução no combustível pode ajudar a conter a inflação, um dos principais focos econômicos do governo federal.
Especialistas ressaltam que o impacto do diesel varia conforme o valor agregado de cada item. Ou seja, produtos como alimentos e materiais básicos tendem a sentir mais o efeito da redução do combustível do que bens como eletrodomésticos ou veículos.